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domingo, 8 de dezembro de 2013

Como Nasce um Rio !






O SEGREDO DE OXUM

"O nascimento de um rio não acontece quando a água brota do solo e segue pela superfície da terra. 
Antes disso, uma seqüência de fatos desencadearam e influenciaram esse processo.
Existe por traz do nascimento de um rio um enorme fundamento.
Primeiro Olorum através do Sol aquece a água dos lagos e oceanos.
Oxumarê com seu arco-Íris, leva a água em forma de vapor para as nuvens que ficam carregadas.
Xangô anuncia com seu trovão, que Iansã está juntando ás nuvens com o vento mágico que surge quando ela balança suas saias.
Quando as nuvens estão todas arrumadas, Xangô lança o Edun-Ará (pedra de raio) sobre a terra avisando a Odudúa que prepare seu ventre, pois a chuva irá cair.
Ossãe pendura suas cabaças em Iroko para conter o líquido maravilhoso da vida.
O momento sublime acontece.
Numa sintonia perfeita de toda a natureza, a chuva cai, trazendo consigo toda força do céu e alimentando toda a terra.
Odudúa absorve todo o líquido e cria um enorme lago no interior da terra, seu ventre.
Quando a água acumulada se enche de força mineral (axé), Odudúa abre seu ventre e da vida à majestosa Oxum, que brotará do solo e deslizará sobre seu leito levando vida por toda a superfície da terra.
Mais a frente água se acumulará de novo e tudo começará novamente.
Assim como a vida de Oxum tem o seu segredo, nós negros e negras também temos o nosso.
A nossa história não começa em 1500 com a chegada dos portugueses no Brasil.
Antes disso, uma seqüência de fatos marcaram e até hoje influenciam nossas vidas.
Existe por traz do aparecimento do povo negro no Brasil um enorme fundamento. Não somos descendentes de escravos, como dizem os livros escolares.
Somos descendentes de civilizações africanas, de reinados fortes e poderosos.
Somos descendentes de reis, rainhas, príncipes e princesas.
Somos parentes de homens e mulheres que desenvolveram a escrita, a astrologia, a numerologia, às ciências e as pirâmides.
Somos fruto de um povo que desenvolveu as técnicas agrícolas e que domina a medicina alternativa.
Somos fruto de um povo que conhece as folhas e como despertar o poder delas, nosso povo sabe estar no Aiyê (Terra) sem perder a essência do Orum (Céu).
Tudo tem começo, gênese. Tudo que é inteiro foi antes iniciado.
Tudo que é partido foi antes inteiro.
O que não acaba se dissipa.
O que respira, vive.
Sós, dentro de nós, o sangue que corre voraz e quente, pulsante, ardente.
É o que faz o começo.
Filhos d'África, filhos d'água, terra, fogo e ar.
Somos feitos de natureza. Temos sangue e suor. Negro. Somos movidos pela fé, conduzidos pelo tambor, assentados no batuque de Nação. Traduzimos o sentimento através do corpo, da fala, do olhar.
Com os pés no chão somos a extensão da terra. Frutos da miscigenação de raças .
 — com Amanda Alexandre.

Eloyá - Oyá

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

O Planeta Precisa De ?


“O planeta não precisa de mais ‘pessoas de sucesso’. O planeta precisa desesperadamente de mais pacificadores, curadores, restauradores, contadores de histórias e amantes de todo tipo. Precisa de pessoas que vivam bem nos seus lugares. Precisa de pessoas com coragem moral dispostas a aderir à luta para tornar o mundo habitável e humano, e essas qualidades têm pouco a ver com o sucesso tal como a nossa cultura o tem definido.”

(Dalai Lama)

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Amor e Paz




"Que ninguém implore amor, nem afeto, nem mendigue qualquer sentimento que exige um pedaço do outro. 
Viver de migalhas, jamais. 
Soma-se de coisas que te façam bem, ignore qualquer tipo de sentimento que te subtraia. 
Que tudo seja natural, principalmente nossas próprias escolhas. 
Que as pessoas não sejam apenas de carne e osso, mas que sejam de alma e coração, que façam a diferença, nem que seja por... um momento, mas que seja. 
Que o carinho seja muito mais que um simples tocar, mas seja um sentir.
E que antes de aprender a amar o outro, amemos a nós primeiro e se for implorar por amor, que seja por amor próprio. "


domingo, 1 de setembro de 2013

Como Agradar um Orisá ?


Certa vez, um homem foi se consultar com um Babalawo. Queria saber por que não dava nada certo em sua vida.

Ao receber a mensagem de Ifá, descobriu qual era o problema. O Babalawo lhe disse:

- Meu filho, sua vida não vai pra frente porque você não fez as oferendas que deveria.

Surpreso o homem indagou:

- Fiz oferendas a todos os Orixás.
Como posso não ter feito as oferendas que deveria?!
Fui à cachoeira, agradei mamãe Oxum com Ipetê.
Fui até o mar, a Yemanjá ofertei flores e perfumes.
Nos campos, ofereci a Ogum um cará regado com muito dendê.
A Yansã, arriei nos pés de um bambuzal nove acarajés.
Em um lindo bosque, oferendei um sarapatel à Nanã e na Calunga deixei junto ao cruzeiro um alguidar com pipocas à Obaluayê.
Xangô comeu um saboroso amalá que arriei na pedreira e a Oxossi, levei até as matas um banquete com abóbora, milho, côco e muito mais.
E ao glorioso pai Oxalá, oferendei, em um lindo jardim, uma saborosa canjica coberta com muito mel.
Agora pergunto: - Ainda faltou alguma coisa?!

- Faltou o principal, meu filho!

Quando você foi à cachoeira agradar a Oxum, pediu-lhe amor e lhe deu um Ipetê.
Mas não ofertou o amor que ela esperava que tivesse pela sua religião, pelos seus antepassados e pelo seu semelhante.
Nas águas de Yemanjá, você pediu que abençoasse sua família, mas não é só com flores e perfumes que se agrada a rainha do mar.
É preciso que trate a todos os seus irmãos com respeito, pois somos todos uma só família. Nos campos de Ogum, não basta lhe dar um cará. Necessita-se ter a bravura de um guerreiro para suportar os desafios inerentes à vitória almejada.
Os ventos de Yansã, que sacodem o bambuzal, trazem os ares da certeza que põem em ordem os corações duvidosos, levando os eguns desorientados, desde que os acarajés ali arriados sejam regados com o fogo da coragem e do entusiasmo.
Nos bosques sagrados de Nanã, só se consegue adentrar com profundidade quem traz consigo não só o sarapatel, mas a sabedoria, pois sem ela não se pode se livrar do lamaçal da vida causado pela maledicência, geradora da falta de fé.
Na casa do velho Obaluayê, o senhor das passagens, não adianta arriar o deburu (pipoca) se não vivenciar o que isto representa. É necessário mergulhar no fogo da intolerância, deixar a casca dura da vingança e saltar como uma linda flor.
O amalá deixado na pedreira só agrada a Xangô se seu coração não estiver como uma pedra, pois assim não adianta pedir para ele aplicar a justiça sobre seus desafetos, porque você não evoluiu o suficiente para discernir justiça de vingança.
Seria melhor ter pedido que o ensinasse a proceder com justiça para com o próximo.
Para Oxossi, não era necessário um banquete.
A fartura em sua vida virá quando você repartir com os menos favorecidos aquilo que você tem em abundância, pois quem reparte aquilo que tem, nuca lhe faltará.
Quanto ao bondoso e cristalino pai Oxalá, requer-se muito mais que uma canjica para agradá-lo.
Sua oferenda é o seu coração.

Não basta que a canjica esteja cândida; seu coração é que deve estar tomado da mais pura brancura. Você pediu paz, mas não agiu de forma pacífica durante toda a sua vida.
E ainda disse que os trabalhos não deram certo.

Ora! Não foram os trabalhos, ebós, sacrifícios e oferendas que fracassaram.
Avalie sua vida até os dias de hoje. Coloque um ponto final no modo egoísta de viver. Volte até o recanto dos Orixás e lhes peça todo o axé necessário para que suas mãos possam produzir neste mundo a paz, o amor, a fartura, a justiça, a coragem, a sabedoria e a força geradora das obras do bem. Somente após mudar sua própria maneira de agir, de modo a poder plantar e regar boas sementes, você poderá colher os frutos de um novo amanhecer.
Até lá, faça com fé suas oferendas.
Os guias espirituais estarão junto de você.

Mas não esqueça que a maior oferenda é o seu coração!

Por Ronaldo Figueira

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

O Fu ruru




O fu ruru
Ele é a brisa refrescante 

O rere
Ele, o benevolente

O yi rara
Ele dificilmente se aborrece

Baba ke yen Ewulejigbo
Pai pelo qual temos carinho e é o Senho de Ejigbô

N'ile Ifon
Na Terra de Ifon

Mojuba Baba
Eu saúdo Pai

Ejigbo rere mojuba o
Na Boa Terra de Ejigbô eu o saúdo

Oluaiye
Ele é o Dono da Vida

E mayo
Vocês têm que se alegrar

E mayo
Vocês têm que se alegrar

O wa re se
Pelas coisas boas que ele nos faz

E mayo b'elese kan, Baba
Vocês têm que se alegrar, mesmo se o pai o fez com uma perna só

E mayo
Vocês têm que se alegrar

O wa re se
Pelas coisas boas que ele nos faz

E mayo b'alapa kan, Baba
Vocês têm que se alegrar, mesmo se o pai o fez com um braço só

E mayo
Vocês têm que se alegrar

O wa re se
Pelas coisas boas que ele nos faz

E mayo b'oloju kan, Baba
Vocês têm que se alegrar, mesmo se o pai o fez com um olho só

E mayo
Vocês têm que se alegrar

O wa re se
Pelas coisas boas que ele nos faz

E mayo b'eleti kan, Baba
Vocês têm que se alegrar, mesmo se o pai o fez com uma orelha só

E mayo
Vocês têm que se alegrar

O wa re se
Pelas coisas boas que ele nos faz



Tradução Babá Alayé

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Amarração



Relato de uma Guardiã sobre as consequência  de amarração

...”Quando me pedem para trazer o “dito” amor de volta e amarrar “aquele” homem ou mulher, uma sensação de profundo pesar me invade, me pergunto como uma criatura humana pode achar que consegue alcançar a felicidade ou levar vantagem causando tamanha interferência no caminho da outra pessoa, e o que é pior em seu próprio destino, isso tudo tendo como justificativa o amor?! Que amor é esse que exige posse!

A magia de amarração deixa a pessoa ligada a outra, mas a pessoa não deixa de ser como ela é, com suas qualidades e seus defeitos e aí?! Se no meio do caminho você enxergar que aquela pessoa não é o seu “príncipe encantado”, o conto de fadas irá se tornar seu pior pesadelo enquanto durar o encantamento. Por outro lado, como você também fica amarrada ao “sapo” pode ser que o verdadeiro amor (aquele que foi destinado a você) passe diversas vezes em sua vida, esteja ao seu lado e você não consiga perceber, ou se conseguir, vai estar aprisionada em um relacionamento por amarras que você mesma(o) colocou. Com isso você acaba procurando um terreiro novamente e aí você já pode imaginar...

E isso é só uma pequena amostra do que pode acontecer, não esquecendo dos lares que você pode desfazer quando amarra uma pessoa casada, por exemplo, se você soubesse o mal que está causando a você e ao seu “amor”...

Portanto nos peça para abrir seus caminhos para o amor, peça para preparar seu coração pra sentir e seus olhos para reconhecerem o amor quando chegar e ele será pleno trazendo o aconchego, a segurança que você tanto procura.

No fio de novelo do amor você pode ficar a vida inteira perdida(o) segurando a sua ponta sem conseguir se juntar ao amado(a) que está na outra extremidade, se levar sua vida com seriedade, resignação e fé certamente irá juntar as duas pontas, mas se entrar no labirinto da cobiça e vaidade correrá o risco de se perder para sempre...”



Fonte facebook

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Como os Verdadeiros Religiosos de Matriz africana Vêem o Homem

A Ética e a Moral na Religião Tradicional Africana

Ao contrário do que muitos pensam, a ética e a moral são de importância substancial no pensamento e na vida dos africanos, que são baseadas nos costumes, em leis tradicionais, tabus e tradições de cada um dos povos da África. Deus é visto como o derradeiro sancionador e sustentador da moralidade. O relacionamento humano pelo parentesco e vizinhança é extremamente importante e a ética e moral tradicionais são construídas, largamente, através das relações humanas.

Moralidade pode ser resumida, em Yorùbá, pela palavra Ìwà - caráter. Os Akan de Gana chamam o caráter de Suban. Caráter é a essência da ética africana e sobre ele se estabelece a vida de uma pessoa. Deus exige que o homem seja puro eticamente. Deus é o buscador de corações, que a tudo vê e sabe e cujo julgamento é correto e inevitável. Deus julga os homens por seu comportamento aqui e agora, bem como no porvir. Dessa forma a paz na vida após a morte é decidida de acordo com a moral exercida, pelo ser humano, sobre a terra. Mau comportamento pode destruir o destino de uma pessoa, enquanto bom caráter é uma armadura suficiente contra o mal e a desgraça.

Os costumes regulam o que deve e o que não deve ser feito. De acordo com Mbiti: "Roubar, agredir as pessoas, mostrar desrespeito aos mais velhos, mentir, praticar feitiçaria, dormir com a mulher de alguém, matar, caluniar as pessoas e assim por diante são consideradas grandes ofensas, que podem ser severamente punidas pela sociedade através do degredo, indenização, pagamento de multas, espancamento, apedrejamento e até mesmo a morte. Por outro lado, a bondade, a cortesia, a generosidade, a hospitalidade, o respeito, a diligência, a frugalidade e o trabalho duro são aspectos da moral ensinadas às crianças em várias comunidade africanas, como princípio básico de vida." (Mbiti, John. Introduction to African Religion. London:Heinemann. 
Os Yorùbá e, na verdade, os africanos têm a moralidade como a essência que torna a vida alegre e agradável. Para os Yorùbá, segundo Bólájí Ìdòwú, o bom caráter (ìwà rere) deve ser a mola mestra na vida das pessoas. De fato é isso que distingue o ser humano dos animais. Quando os Yorùbá dizem de alguém O şe Ènìyàn (os atos da pessoa), querem dizer que ela se comporta como deve, ou seja, ela mostra que sua vida e suas relações com os outros são regrados pelas suas melhores características. A descrição contrária kìí şe ènìyàn, n şe lof’awon ènìyàn bora (Ele não é uma pessoa, ele assumiu a pele de uma pessoa). Isso significa que a pessoa é socialmente indigna; em consequência de sua característica, não está apta a ser chamada de pessoa, embora tenha a aparência de uma.

Em geral, deve-se dar ênfase a que Deus, as divindades e os antepassados requerem um bom comportamento dos seres humanos.

Mas podemos perguntar por que as pessoas que seguem a Religião Tradicional Africana, assim como os seguidores de outras religiões (cristianismo, islamismo, judaísmo, hinduísmo etc), praticam atos imorais? A resposta é simples: hoje, muitas pessoas professam uma determinada religião, porém deixam de agir de acordo com os princípios e os ditames dessa mesma religião, que é a principal causa para os atos de corrupção, violação dos Direitos Humanos, péssimas práticas eleitorais, etnicismo, bem como outras práticas imorais e aéticas.

No entanto, esses problemas não são insuperáveis, basta que as pessoas façam valer aquilo que aprenderam e unam a religião à moralidade, que são coisas indissociáveis. Um adágio Yorùbá diz Ìwà l’èsìn, Èsìn ni Ìwà (religião é uma exibição de moralidade, moralidade é o maior ato de adoração). Por isso é que os adeptos das diversas religiões devem saber e acatar que nossos atos de adoração só se tornarão dignos e significativos ao Criador, se eles forem acompanhados pela ética e pela moral. 

Texto de Mário Filho
Bacharel em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública, e Ciências da Religião (ambas pela PUC/SP)

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

“CANDOMBLÉ E MEIO AMBIENTE”



Segundo a tradição Iorubá, o mundo foi criado em quatro dias.
Olodumare, o Deus todo poderoso colocou no Ayê (terra) os rios, os mares, os ventos, as florestas, os animais e por fim o homem! Olodumare em primeiro lugar preparou a Terra e fez dela um paraíso perfeito onde os homens, seus filhos, pudessem habitar e sobreviver com harmonia.
O criador fez com que nosso planeta provesse tudo para nós. Olodumare deu condições a Terra para que nossa permanência aqui e de todos os seres vivos se tornasse agradável. E nós seres humanos, dotados de inteligência e capacidade de discernimento, como estamos cuidando de nosso lar? Não me refiro ao lar feito de tijolos, mas nosso lar a Grande Mãe Terra. Este lar que Olodumare mobiliou e nos entregou. Será que estamos cuidando como cuidamos de nossos lares de tijolos?
Ao meu ver, nós, Povo de Santo, somos adoradores da Natureza. Quando louvamos Oxum ou Logun-Edé estamos louvando também os rios, quando louvamos Iemanjá louvamos o mar, Oxossi as matas, Exú e Ogum os caminhos, Ossãe o poder curativo das ervas, e assim por diante. E se nós começamos a destruir a Natureza dada com tanto amor por Olodumare, o que poderá acontecer? Claro que a devastação total. E aí nós seremos responsáveis pela morte do nosso maior patrimônio: Os Orixás. E conseqüentemente, como cada ação requer uma reação, nossa falta de respeito à Natureza, aos Orixás, se voltará contra nós mesmos, pois morrendo a Natureza, morrem os Orixás, e assim morreremos também. E aí se dará o grande cataclisma tão temido pelos cristãos. Neste caso o cataclisma será obra do Criador? Claro que não, mas sim do homem.



Quando digo que ao acabarmos com a Natureza acabaremos com nossos Orixás, aviso as “Igrejas Eletrônicas e seus seguidores” que o fim dos Orixás é o fim da Natureza, o fim da vida, portanto não se animem e muito menos se aventurem.
Chamo à atenção de nossos irmãos Babalorixás, Ialorixás, adeptos e simpatizantes das Religiões de Matrizes Africanas, Espíritas, Umbandistas, e qualquer religião, para que entendam que dependemos dos mares, rios, lagos, florestas e atmosfera limpos.
Portanto, nós, Povo de Santo, Povo de Axé, temos obrigação de cuidarmos e preservarmos a Natureza, para que nossos Orixás sobrevivam e nosso culto também.
Uma maneira de contribuirmos com o equilíbrio do ecossistema seria: ao colocarmos os Ebós ou despachos de rua fazermos em folhas de banana ou mamona, ao invés de colocarmos em alguidares, talhas, quartinhas e tigelas. Não é necessário deixarmos garrafas ou copos em encruzilhadas, as velas podem ser acesas nos Pejís antes de sair com a entrega.
Toda oferenda pode ser colocada em folhas, que se deterioram e torna-se adubo para a nossa terra, e também não polui. Os Orixás e outras entidades não se alimentam de alguidares, garrafas, etc. Podemos fazer oferendas sem sujar. (Kosi Ewé, Kosi Orixá – Sem folha não há Orixá). Podemos desta maneira cuidar melhor do meio ambiente e darmos bom exemplo.
Não esqueçam: Dependemos da Natureza para mantermos nossa Religião e nossos objetivos religiosos. Se procurarmos respeitar a Natureza, preservando-a, com certeza os nossos Orixás cada vez mais nos abençoará e nos dará mais AXÉ.
O Candomblé é uma religião na qual a Natureza é de grande importância. Dela depende o Axé primordial e deriva todo o panteão dos Orixás, que representam a força de Olodumare.
Adupé



Texto  de  Iyiá  Lúcia Omidewá "

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Senhora Absoluta de Meus Caminhos !





OS NOVES ÓRUNS DE OYÁ

Assim como Nanã e Obaluaê, Iansã também está ligada ao culto dos mortos, dos Eguns. Porém, ao contrário destes, Oyá não determina a vida ou a morte, sua função limita-se em guiar, conduzir, o espírito desde seu desprendimento do corpo até um dos nove Orùns, de acordo com as orientações e/ou julgamento de Olodumaré.
Para assumir esse “cargo”, Iansã, segundo a mitologia Yoruba, após inúmeras tentativas, convenceu ou conquistou a confiança de Obaluaê, que lhe ensinou a lidar e comandar os Eguns. Porém, Iansã recebeu de Oxossi um Erukerê especial, chamado de Iruexim ou Eruxim, feito de rabo de cavalo, que tem o encantamento de comandar ou se proteger desses espíritos. Assim, Oyá encaminha os espíritos a um dos nove Oruns, que são:

Orun Alààfia: Espaço de muita paz e tranquilidade, reservado para pessoas de temperamento brando, índole pacífica. Bondosas, pacatas.

Orun Funfun: Espaço para os inocentes, espíritos de crianças, de pureza de sentimentos e intenções.

Orun Bàbá Eni: Espaço para os grandes sacerdotes e sacerdotisas, Babalorixás, Yalorixás, Ogans, Ekedes, enfim, espaço para todos os que possuem tempo e responsabilidade dentro do culto afro.

Orun Afèfé: Local de oportunidades, de correção para os espíritos, possibilidades de reencarnação, volta ao Aye (terra).

Orun Ìsolù ou Àsàlù: Local de julgamento por Olodumarè para decidir qual dos respectivos Orùns o espírito será conduzido.

Orun Àpáàdì: Reservado para espíritos impossíveis de ser reparados.

Orun Rere: Espaço para aqueles que foram bons durante a vida.

Orun Burukú: Espaço ruim, IBONAN “ Quente como pimenta”. Reservado para as pessoas más.

Orun Marè: Espaço para aqueles que permanecem que tem autoridade absoluta sobre tudo que há no ORUN (céu) e no AYÊ (terra); para os absolutamente perfeitos, os supremos em qualidades e feitos. Reservado à Olodumarè e todos os Orixás e divindades.

A partir desse conhecimento é possível perceber a grande importância que Iansã representa em nossas vidas. Nota-se também, que Oyá é um orixá fundamental para o equilíbrio espiritual, pois é ela quem domina o ERÓ IKU (segredo da morte). Sendo assim, as Oyás do culto GBALÉ ou IGBALÈ, são as que exercem essas características, porém é importante esclarecer que toda IANSÃ possui poder sobre os Eguns (mortos) e Ikú (morte) e que a palavra IGBALÈ significa: - Aquela que varre a terra. Entretanto, as Oyás Igbalè’s, exercem tal domínio como característica essencial.



Texto colaborativo de Sou de Axé no Facebook

Que a Prosperidade Adentre Nossa Casa



O Rei de Keto esta na sua porta!

O Rei vem te dar as boas vindas e as novas!

Sorria, a tristeza acabou!

Deixe a prosperidade entrar dentro da tua casa!

Deixe que a bonança se faça presente na tua Vida!

Ele traz em suas costas a caça para te ofertar também!

Consigo na sua bainha há o elixir da renovação!

Mande-O entrar imediatamente!

E não feche a porta jamais!

Ele coloca os seus presentes no chão e olha ao seu redor!

Analisa tudo e com um simples gesto te faz chorar!

Se aquiete, OSOSSI vem para te acalmar!

Paciência tivestes até este dia chegar!

Hoje, Ele vem te abençoar!

OSOSSI o Rei de Keto vem te visitar!

Compartilho esse lindo texto que recebi via facebook  da  Iyá Ekedji Ogunlade



terça-feira, 6 de agosto de 2013

Opanijé



OPANIJÉ - A DANÇA DE OBALUAYÊ

.
Segundo Pierre Verger, opanijé é uma saudação yorubá utilizada na Africa, para saudar Omolu, e significa "ele mata qualquer um e come". Para compreendermos o que os gestos coreográficos da dança querem traduzir, precisamos conhecer alguns mitos. Diz a lenda:
Quando Omulu era um menino de uns doze anos, saiu de casa e foi para o munda para fazer a vida. De cidade em cidade, de vila em vila, ele ia oferecendo seus serviços, procurando emprego. Mas Omulu não conseguia nada. Ninguém lhe dava o que fazer, ninguém o empregava. E ele teve que pedir esmola, mas ao menino ninguém dava nada, nem do que comer, nem do que beber. Tinha um cachorro que o acompanhava e só. Omulu e seu cachorro retiraram-se no mato e foram viver com as cobras. Omulu comia o que a mata dava: frutas, folhas e raízes. Mas os espinhos da floresta feriam o menino. As picadas de mosquito combriam-lhe o corpo. Omulu ficou coberto de chagas. Só o cachorro confortava Omulu, lambendo-lhe as feridas. Um dia, quando dormia, Omulu escutou uma voz: "Estás pronto. Levanta e vai cuidar do povo".
Omulu viu que todas as feridas estavam cicatrizadas. Não tinha dores nem febre. Obaluaê juntou as cabacinhas, os atós, onde guardava água e remédios que aprendera a usar com a floresta, agradeceu e Olorum partiu.
Naquele tempo uma peste infestava a Terra. Por todo lado estava morrendo gente.Todas as aldeias enterravam os seus mortos. Os pais de Omulu foram ao babalaô e ele disse que Omulu estava vivo e que ele traria a cura para a peste. Todo lugar aonde chegava, a fama precedia Omulu. Todos esperavam-no com festa, pois ele curava. Os que antes lhe negaram até mesmo água de beber agora imploravam por sua cura. Ele curava todos, afastava a peste. Então dizia que se protegessem, levando na mão uma folha de dracena, o peregum, e pintando a cabeça com efum, ossum e wági, os pós branco, vermelho e azul usados nos rituais e encantamentos. Curava os doentes e com o xaxará varria a peste para fora da casa, para que a praga não pegasse outras pessoas da família. Limpava casas e aldeias com a mágica vassoura de fibras de coqueiro, seu instrumento de cura, seu símbolo, seu cetro, o xaxará. Quando chegou em casa, Omulu curou os pais e todos estavam felizes. Todos cantavam e louvavam o curandeiro e todos o chamaram de Obaluayê, todos davam vivas ao Senhor da Terra, Obaluayê.(texto Mitologia dos orixás - Reginaldo Prandi).
O mito acima informa coisas importantes deste orixá, que ele além de imperar sobre as doenças, detém a força da cura ele é o Senhor da Terra. Esses atributos permitem que possamos compreender os gestos desta dança. Opanijé é um toque que interage com a dança, e são tão intricados que o primeiro acaba assumindo o nome do segundo. Os movimentos da dança se processa da seguinte forma:" ... 3 passos para direita, três passos para esquerda, com as mãos espalmadas a cada movimento de braços que avançam e se recolhem, volvem-se em alternância para o alto e para baixo. Quando voltadas para cima, significam vida, para baixo significam morte ..."(parte do texto Jose Flavio P. Barros). Podemos então interpretar que essa descrição mostra uma busca dessa divindade, ele estaria percorrendo o mundo a procura das curas para as doenças que afligem a humanidade. O movimento das mãos além de simbolizarem a vida e a morte mostram também que os passos dados de tempo em tempo e uma parada no terceiro passo, demostram a alternância dos momentos que se esta bem de saúde e de momentos em que estamos doente. As andanças de Omolu pelos quatro cantos do mundo na procura do conhecimento das doenças, é demostrado na dança quando ele gira e para. A ligação com a terra é demonstrado na distensão e extensão dos braços na direção do solo. Esses gestos com os braços seriam como se Obaluaye estivesse remexendo a terra a qual ele é senhor.


Colaboração de" Nossos Orishas "facebook


Salve o Senhor dos Caminhos




Hoje é a 1.ª segunda feira do mês de agosto!

E como todo 1.° dia do mês saudamos Bara Esú!

Esú Orisá dos nossos caminhos...

Esú Orisá que nós acompanha desde o nosso nascimento...

Esú amigo e cúmplice de todas as horas...

Esú que tudo escuta e vê...

Esú das certezas e das boas conquistas...

Esú da nossa vitória...

Esú que nós trará a saúde e o vigor intenso...

Esú grande Orisá!

Daí-nos o grande Senhor sabedoria!

Preservai-nos a bondade existente de cada um de nós!

Guia-nos por caminhos certos e férteis!

Segura as nossas mãos quando a duvidar se achegar!

Seja a nossa fortaleza e que a sua alegria nos contagie!

Proteja-nos contra o nosso inimigo ora oculto, ora transparente!

Leve o nosso o amor ao nosso Orisá!

Toque o nosso espírito e arranque as mazelas da inveja, egoísmo e ingratidão!

Encaminhe cada um de nós para a prosperidade e sorte!

Que a nossa lágrima somente caia para a felicidade!

Grande Senhor dos Caminhos! Nós te louvamos em teu dia!

Mojubá Orisá Esú, o 1.° a ser reverenciado, lembrado, amado do Panteão Africano!

Esú grande amigo e pai!

Adupé!

Iyá Ekedji Ogunlade

Meu Padrinho

Meu Padrinho Que cobriu São Jorge


Pelo dia de hoje, rogo a Ògún que proteja todos ao sair de casa,
Nas vias perigosas das grandes cidades, nas estradas acidentadas do interior
Que todos voltem para os seus lares protegidos e cobertos pelas graças de Ògún
Que Alagbede Orun, o Grande Ferreiro do Céu, olhe não somente pelos nossos caminhos,
Mas pelo caminho daqueles que nos querem bem
A Ògún, peço que nos dê forças para que possamos trabalhar diariamente
E, dessa forma, conquistar com sucesso os nossos objetivos
Que Ògún proteja as nossas casas, e não deixe entrar àqueles que não estão com coração bom (Okan Mimo)
Que Ògún Olhe, Abençoe e Cuide de Todos!!!!
Ogun Alakaye!

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Senhor dos Mistérios !!!

Reverenciado em nossa casa como" Senhor da Riqueza e da Saúde "


Mês de Atenção....

Destinado ao mais temido e respeitado Orixá do Panteão Africano: Xapanã. Dividido em algumas qualidades tais como: Jobiteí, Jobiteiú, Beludjá, Sapaktá..

É o Orixá da transformação.
Padroeiro dos pobres, humildes e doentes, assim é conhecido o Orixá Obaluaiê ou Xapanã, um dos mais temidos e respeitados.
Tem o poder de cura, mas também pode provocar doenças, principalmente como a varíola, e as enfermidades de pele de todos os gêneros infecciosos.
É o médico dos pobres, é um Orixá ambivalente e a ele são atribuídas as doenças contagiosas.
A febre, doença de pele, cegueira surdez, catapora e sarampo são considerados manifestação de Xapanã, que leva seres humanos a regeneração de algum mau costume. Dono do interior da terra, está ligado ao mistério, ao oculto.
É reverenciado no silêncio da morte.
Ao mesmo tempo em que o orixá Bará desfaz os fluídos grosseiros e pesados, Xapanã desintegra as pequenas cargas de energia negativa.
Recorre-se a Xapanã em praticamente todos os tipos de problemas do cotidiano.
Com suas polaridades e inversões, faz lembrar que Xapanã, com seu Bará, seu princípio dinâmico do existir não é apenas sofrimento e morte, mas também transformação e vida.
Bará e Xapanã encontram-se na pele.
Obaluaiyê quer dizer rei e dono da terra sua veste é palha e esconde o segredo da vida e da morte.
Usa o aze, capacete de palha da Costa, ou o filá, capuz de palha da Costa e carrega na mão o xaxará, feixe de fibra de palmeira, enfeitado com búzios.
Sua vestimenta é utilizada principalmente em ritos ligados à morte e o sobrenatural, sua presença indica que algo deve ficar oculto.
Compostos de duas partes o filá e o azé, a primeira parte, a de cima que cobre a cabeça é uma espécie de capuz trançado de palha da costa, acrescido de palhas em toda sua volta, que passam da cintura, o azé, seu asó-ìko roupa de palha é uma saia de palha da costa que vai até os pés em alguns casos, em outros, acima dos joelhos, por baixo desta saia vai um xokotô, espécie de calça, também chamado cauçulú, em que oculta o mistério da morte e do renascimento.
Nesta vestimenta acompanha algumas cabaças penduradas, onde supostamente carrega seus remédios. Ao vestir-se com ìko e cauris, revela sua importância e ligação com a morte.
Sua festa anual é o Olubajé (feita somente em outras culturas, não no O Bafo Do Batuque), Olu-aquele que, ba-aceita, jé-comer; ou ainda aquele-que-come, são feitas oferendas e são servidas suas comidas votivas.
Xapanã está presente em nosso dia-a-dia, quando sentimos dores, agonia, aflição, ansiedade.
Está presente quando sentimos coceira e comichões na pele.
Rege também o suor, a transpiração e seus efeitos.
Rege aqueles que tem problemas mentais, perturbações nervosas e todos os doentes.
Está relacionado a terra quente e seca, como o calor do fogo e do sol, calor que lembra a febre das doenças infectocontagiosas.
Xapanã está no organismo, no funcionamento do organismo.
Na dor que sentimos pelo mal funcionamento dos órgãos.
Está presente nos hospitais, casa de saúde, ambulatórios, postos de saúde, clínicas, sempre próximo aos leitos.
Como também em locais onde existam pesquisas, estudos. Rege os mutilados, aleijados, enfermos.
Ele proporciona a doença mas, principalmente, a cura, a saúde. É o Orixá da misericórdia.
Xapanã é à força da natureza que rege o incômodo de um modo geral.
Rege o mal estar, o enjoo, o mal humor, a intranquilidade.
É o Orixá do abafamento e está presente nele, bem como na má digestão e na congestão estomacal.
Gera o ácido úrico e seus efeitos.
Xapanã está presente em todas as enfermidades e sua invocação, nessas horas, pode significar a cura, a recuperação da saúde.

ABAO, XAPANÃ, OMULU, OBALUAÊ, Senhor da Vida e da Morte!


Colaboração Claudia Krindeges

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Oyá Bagan

Deusa do fogo, tem forte ligação com Ogun, Exú, Intôto -
Omolu-intôto(fundamento com Lebara e Oxumarê)
e Babá Egungun, comanda oAxexê, senhora soberana da noite, seu animal predileto é a coruja,em alguns axés, na hora de dar o Ruin (Orunkó), poe-se umaquartinha com omi em sua mão, e seu Ruin será dado do lado defora do barracão, por ela levar o fogo na cabeça, naturalmente seuRuin não será dado sob a cuminheira, usa o laguidbá, terracota ecorais...Oyà Bagan
– Oyá com fundamento com Oxossi, Egun,Exú,Ogun guerreirados ventos os estreitos das matas.Oyà Bagán - s
eu nome quer dizer Ba: Trás, e Gan: Poder, ou seja, aquela que trás opoder. Bagan é uma qualidade muito peculiar, pois apesar de ser associada atempestade, ou ao vento, ela trás consigo a essência dos orixás: Ogun, Odé e BabáEgun e está muito ligada a noite.

Oyà Bagán - veste branco. Muito antiga, diretamente ligada aancestralidade. Provavelmente não seja feita mais na cabeça de ninguem.Como ferramenta de guerra usa mais o Eruèsin (rabo de boi) e muitoraramente Ofanje (Espada) por ser uma Igbalè. Ligada a Ogun Meji,Obaluaiyé e Odè. Filha de Babà Dankó (Bambú) Orisàlà. 

sábado, 27 de julho de 2013

O Fogo que se Consome em si Mesmo !!!!


Obá Iná Ki Ijoba...

Sango


Dono dos raios, do fogo, da guerra, dos Ilú Batas (tambores sagrados) da música, da dança, da bravura viril, representado por um machado de dois lados. Sua cor é o vermelho e branco intercalados.

Sango representa o maior número de virtudes e imperfeições humanas: Bom amigo, bom pai, trabalhador, valente, adivinho, generoso, justiceiro, bom amante, curandeiro. Concentra-se em Sangó todas as grandes virtudes de um homem, mas também: Mulherengo, violento, brigão, tempestuoso, articulador, autoritário, ambicioso, farrista.

Sangó não acredita na morte, não crê no impossível, se tornando um orisá extremamente adorado no mundo inteiro, dado o poder de resolução que Sangó exerce no mundo. Orisá que representa a evolução da vida, da ascensão material, das riquezas e do dinheiro. Sangó é irmão de coração de Obaluaiyé.

O nome Sangó significa: furioso, tempestivo. Sangó é o orisá mais temido entre os yorubás, pois repudia os covardes, odeia as injustiças, os preguiçosos, a falsidade, o roubo e qualquer agressão a vida. Sangó é um santo de uma só palavra, reto e justo em suas determinações e sentenças, implacável com as ofensas. Sangó é um selvagem defensor de seus filhos, e seguidores. Sangó proporciona a riqueza, o desenvolvimento material e o poder a seus filhos na Terra, mas não aceita nenhum ato de desonestidade, sob pena de castigá-los duramente.


Leonardo Vieira
Costumes de Candomblé

Boa Quarta-Feira à todos..!

Imolando Animais ????













A grande polêmica que fazem com a religião dos orixás é o fato de em alguns de seus rituais animais serem sacrificados. Uma prática que existe desde quando o homem precisa alimentar-se. Sempre foram realizados por muitas religiões, mas que aos poucos foram deixando de existir em algumas. A pergunta é, então, por que o candomblé ainda faz o que, para muitos, é considerado uma barbaridade?
A resposta é simples: essa religião tem uma profunda relação com o planeta Terra, tanto que suas danças são feitas com os pés totalmente plantados no chão, diferente do balé, que parece demonstrar que os bailarinos, dançando nas pontas dos pés, desejam alcançar o céu. Essa ligação com a terra não poderia excluir a necessidade que o homem tem de se alimentar para sobreviver. Oferecemos aos deuses tudo aquilo que nos mantém vivos e alegres: alimentos, flores, perfumes, água limpa e fresca. Tranquilizo os leitores dizendo que no dia em que os homens deixarem de ter na mesa galinha, galo, carneiro, porco, boi… naturalmente esses animais deixarão de ser ofertados aos deuses. Se um dia o sacrifício humano existiu foi porque as tribos se alimentavam de seus semelhantes. Se a desculpa para crítica de sacrifício de animais se deve ao fato de eles serem seres vivos, gostaria de lembrar que laranja, alface, couve também são seres vivos.
Afinal, quando arrancamos uma raiz de inhame para que ela faça parte da nossa farta mesa de café da manhã, nem lembramos que sacrificamos um ser vivo. Neste caso é para nos servir de alimento, e quando arrancamos uma flor pelo simples prazer de curtir sua beleza? Gostaria, apenas, que as pessoas que criticam os nossos rituais refletissem sobre o que foi dito anteriormente, com o coração e a mente aber ta, e chegassem às suas próprias conclusões. Não é nosso interesse forçar alguém a crer em nossas verdades, mas é nossa obrigação fornecer subsídios para ajudar as pessoas a ampliarem o conhecimento de suas mentes, a fim de que seus corações possam ficar cada vez mais livres de preconceitos, o que faz com que eles se tornem mais purificados.
Caso tudo o que falei ainda não tenha servido para que o sacrifício de animais no candomblé possa ser compreendido, quero lembrar que os animais de que o povo se alimenta no seu dia a dia são mortos em série, de maneira cruel, nos abatedouros. Os nossos animais são reverenciados desde que são escolhidos nas feiras livres, até o momento em que são oferecidos aos orixás, quando cobrimos seus olhos com folhas específicas de calma e cantamos a fim de diminuir o estresse que eles possam estar sentindo. Além disso, eles não são animais quaisquer, são escolhidos aqueles que o sacerdote consagrado para esta função percebe que já estão no momento de passar para outro estágio evolutivo. Não matamos o animal, damos a ele um novo nascimento, por isso cantamos: Bi ewe yeje para lala ie, Ògún pere pa = Demos-lhes um novo nascimento, você resistiu à prova, ultrapassou seguramente privações e sofrimentos, você não está morto, está vivo. Somente Ogun mata
ASÉ OOOOOOOO...........

Colaboração Babá Paulo de Oxosse

terça-feira, 23 de julho de 2013

Momento de Reencontro com Nossa Raiz





Eyín kó fara yín móra, 
Olówó e fara yín móra ò 
Alákétu re, e ò fara yín mora 
Èyín kóì fara yín móra, 
Alárè e fara yín móra ò 
Owo Alákétu re e ò fara yín mora
Ìjì e ò fara yín móra,
Olówó Alákétu rè e ò fara yín móra

Abracem-se uns aos outros!
Aqueles que são ricos, abracem-se uns aos outros!
Descendentes de Alákétu, abracem-se uns aos outros!
Abracem-se uns aos outros!
Gente na diáspora, abracem-se uns aos outros!
Descendentes de Alákétu, abracem-se uns aos outros!
Com a força da natureza, abracem-se uns aos outros!
Ricos descendentes de Alákétu! Abracem-se uns aos outros!



Tradução de Babá Alaíyé

sexta-feira, 19 de julho de 2013

O Valor de uma Consulta




Dinheiro - Owó
O dinheiro é o meio usado para a troca de bens, atualmente usado na forma de cédulas e moedas, mas anteriormente muitos itens eram usados como dinheiro: metais, tecidos, pedras preciosas, sal, conchas, sendo este ultimo muito usado pelos yorubás. A concha, mais precisamente, búzios, eram a moeda corrente do antigo povo Yorubá, quem possuía muitos búzios era muito rico e importante na comunidade e disso tudo restou apenas à importância do búzio como representação do dinheiro, já que a moeda atual é em cédulas.
Os devotos de Òrìṣà não devem ter visão que o dinheiro é ruim ou é algo sujo, tanto que existe uma divindade para isso, Ajé Ṣálúgà, divindade que propicia riquezas a seus devotos.
Leia o trecho abaixo de um ìtàn Ifá:
“Olagbirin, aquele que jamais recusa um combate, está na miséria. Ele vai consultar Ifá.
"Que fazer para ter dias melhores?"
Os adivinhos o aconselham a fazer oferendas. Oferendas de dezesseis galinhas d’angola, dezesseis coelhos e trinta e dois búzios da costa. Olagbirin é um caçador.
Não é difícil para ele encontrar no campo as galinhas d'angola e os coelhos. Com trabalho e muito esforço, ele consegue juntar o dinheiro necessário e faz a oferenda.”
Observe que o adivinho o aconselhou a realizar uma oferenda e entre os itens dela estavam 32 búzios da costa. Vemos o “dinheiro” como oferenda, o dinheiro é parte da oferenda, ele está no ẹbọ de forma direta (fazendo parte da oferenda) ou indireta (no pagamento pelo àṣẹ do sacerdote).
Pagar o sacerdote é algo que não deve ser visto com maus olhos, sendo que ele usa seu àṣẹ para a resolução do problema do consulente, pagar o sacerdote pelo serviço é demonstrar gratidão pelo feito cometido por ele e agradecer a Orí e a divindade pelo ẹbọ realizado. Cabe também ao sacerdote não impor preços abusivos em seus serviços, pois não é da intenção de Ifá restringir as pessoas de resolverem seus problemas por questão financeira.
Quando se paga ao sacerdote, deve-se pago com gratidão e não de forma negativa, pois também faz parte do sacrifício realizado. Pagar pelo ẹbó não tem o mesmo significado de quando se paga por um produto, isso faz parte da oferenda.


texto de historia e cultura afro-brsileira