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domingo, 1 de setembro de 2013

Como Agradar um Orisá ?


Certa vez, um homem foi se consultar com um Babalawo. Queria saber por que não dava nada certo em sua vida.

Ao receber a mensagem de Ifá, descobriu qual era o problema. O Babalawo lhe disse:

- Meu filho, sua vida não vai pra frente porque você não fez as oferendas que deveria.

Surpreso o homem indagou:

- Fiz oferendas a todos os Orixás.
Como posso não ter feito as oferendas que deveria?!
Fui à cachoeira, agradei mamãe Oxum com Ipetê.
Fui até o mar, a Yemanjá ofertei flores e perfumes.
Nos campos, ofereci a Ogum um cará regado com muito dendê.
A Yansã, arriei nos pés de um bambuzal nove acarajés.
Em um lindo bosque, oferendei um sarapatel à Nanã e na Calunga deixei junto ao cruzeiro um alguidar com pipocas à Obaluayê.
Xangô comeu um saboroso amalá que arriei na pedreira e a Oxossi, levei até as matas um banquete com abóbora, milho, côco e muito mais.
E ao glorioso pai Oxalá, oferendei, em um lindo jardim, uma saborosa canjica coberta com muito mel.
Agora pergunto: - Ainda faltou alguma coisa?!

- Faltou o principal, meu filho!

Quando você foi à cachoeira agradar a Oxum, pediu-lhe amor e lhe deu um Ipetê.
Mas não ofertou o amor que ela esperava que tivesse pela sua religião, pelos seus antepassados e pelo seu semelhante.
Nas águas de Yemanjá, você pediu que abençoasse sua família, mas não é só com flores e perfumes que se agrada a rainha do mar.
É preciso que trate a todos os seus irmãos com respeito, pois somos todos uma só família. Nos campos de Ogum, não basta lhe dar um cará. Necessita-se ter a bravura de um guerreiro para suportar os desafios inerentes à vitória almejada.
Os ventos de Yansã, que sacodem o bambuzal, trazem os ares da certeza que põem em ordem os corações duvidosos, levando os eguns desorientados, desde que os acarajés ali arriados sejam regados com o fogo da coragem e do entusiasmo.
Nos bosques sagrados de Nanã, só se consegue adentrar com profundidade quem traz consigo não só o sarapatel, mas a sabedoria, pois sem ela não se pode se livrar do lamaçal da vida causado pela maledicência, geradora da falta de fé.
Na casa do velho Obaluayê, o senhor das passagens, não adianta arriar o deburu (pipoca) se não vivenciar o que isto representa. É necessário mergulhar no fogo da intolerância, deixar a casca dura da vingança e saltar como uma linda flor.
O amalá deixado na pedreira só agrada a Xangô se seu coração não estiver como uma pedra, pois assim não adianta pedir para ele aplicar a justiça sobre seus desafetos, porque você não evoluiu o suficiente para discernir justiça de vingança.
Seria melhor ter pedido que o ensinasse a proceder com justiça para com o próximo.
Para Oxossi, não era necessário um banquete.
A fartura em sua vida virá quando você repartir com os menos favorecidos aquilo que você tem em abundância, pois quem reparte aquilo que tem, nuca lhe faltará.
Quanto ao bondoso e cristalino pai Oxalá, requer-se muito mais que uma canjica para agradá-lo.
Sua oferenda é o seu coração.

Não basta que a canjica esteja cândida; seu coração é que deve estar tomado da mais pura brancura. Você pediu paz, mas não agiu de forma pacífica durante toda a sua vida.
E ainda disse que os trabalhos não deram certo.

Ora! Não foram os trabalhos, ebós, sacrifícios e oferendas que fracassaram.
Avalie sua vida até os dias de hoje. Coloque um ponto final no modo egoísta de viver. Volte até o recanto dos Orixás e lhes peça todo o axé necessário para que suas mãos possam produzir neste mundo a paz, o amor, a fartura, a justiça, a coragem, a sabedoria e a força geradora das obras do bem. Somente após mudar sua própria maneira de agir, de modo a poder plantar e regar boas sementes, você poderá colher os frutos de um novo amanhecer.
Até lá, faça com fé suas oferendas.
Os guias espirituais estarão junto de você.

Mas não esqueça que a maior oferenda é o seu coração!

Por Ronaldo Figueira